A viagem

"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse: “Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."

Jose Saramago

http://quadrogiz.blogspot.com.br/2012/05/a-ti-regresso-mar-poema-de-jose-saramago.html

Algumas frases de José Saramago

"As palavras proferidas pelo coração não tem língua que as articule, retem-nas um nó na garganta e só nos olhos é que se podem ler".

"Aprendi a tentar não convencer a ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro".

"Sente-se uma insatisfação, sobre tudo dos jovens, perante um mundo que já não oferece nada, só vende".



"Para que serve o arrependimento, se isso não muda nada do que passou? O melhor arrependimento é, simplesmente, mudar."



"Das habilidades que o mundo sabe, essa é a que ele ainda faz melhor: dar voltas!"

"Há duas palavras que não se podem usar: uma é sempre, a outra é nunca!"

"Tentei não fazer nada na vida que envergonhasse a criança que fui"

http://kdfrases.com/autor/jos%C3%A9-saramago/3

O Amor não Tem nada que Ver com a Idade

Penso saber que o amor não tem nada que ver com a idade, como acontece com qualquer outro sentimento. Quando se fala de uma época a que se chamaria de descoberta do amor, eu penso que essa é uma maneira redutora de ver as relações entre as pessoas vivas. O que acontece é que há toda uma história nem sempre feliz do amor que faz que seja entendido que o amor numa certa idade seja natural, e que noutra idade extrema poderia ser ridículo. Isso é uma ideia que ofende a disponibilidade de entrega de uma pessoa a outra, que é em que consiste o amor.

Eu não digo isto por ter a minha idade e a relação de amor que vivo. Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo. Normalmente, quem tem ideias que não vão neste sentido, e que tendem a menosprezar o amor como factor de realização total e pessoal, são aqueles que não tiveram o privilégio de vivê-lo, aqueles a quem não aconteceu esse mistério.


José Saramago, in "Revista Máxima, Outubro 1990"

http://www.citador.pt/textos/o-amor-nao-tem-nada-que-ver-com-a-idade-jose-de-sousa-saramago

A Revolução da Bondade

Acho que a grande revolução, e o livro «Ensaio sobre a Cegueira» fala disso, seria a revolução da bondade. Se nós, de um dia para o outro, nos descobríssemos bons, os problemas do mundo estariam resolvidos. Claro que isso nem é uma utopia, é um disparate. Mas a consciência de que isso não acontecerá, não nos deve impedir, cada um consigo mesmo, de fazer tudo o que pode para reger-se por princípios éticos. Pelo menos a sua passagem pelo este mundo não terá sido inútil e, mesmo que não seja extremamente útil, não terá sido perniciosa. Quando nós olhamos para o estado em que o mundo se encontra, damo-nos conta de que há milhares e milhares de seres humanos que fizeram da sua vida uma sistemática acção perniciosa contra o resto da humanidade. Nem é preciso dar-lhes nomes.

José Saramago, in " Folha de S. Paulo, Outubro 1995"

http://www.citador.pt/textos/a-revolucao-da-bondade-jose-de-sousa-saramago

LYA LUFT: A morte é algo que precisamos aceitar


(Foto: Imgur)
“O ciclo vida e morte é um duro aprendizado. Nós, maus alunos”, diz Lya Luft (Foto: Imgur)
O CICLO DA VIDA
Artigo publicado em edição impressa de VEJA
Lya LuftRecorro à minha profissão de tradutora, que exerci intensamente por longo tempo, para apresentar aqui versos da poetisa americana Edna St. Vincent Millay, falecida, sobre a morte:
“Não me resigno quando depositam corações amorosos na terra dura. / É assim, assim será para sempre: / entram na escuridão os sábios e os encantadores. Coroados / de lírios e louros, lá se vão: mas eu não me conformo. / Na treva da tumba lá se vão, com seu olhar sincero, o riso, o amor; / vão docemente os belos, os ternos, os bondosos; / vão-se tranquilamente os inteligentes, os engraçados, os bravos. / Eu sei. Mas não aprovo. E não me conformo”.
Conformados ou não, a morte é algo que precisaríamos aceitar, com mais ou menos dor, mais ou menos resistência, mais ou menos inconformidade. E esse processo, mais ou menos demorado, mais ou menos cruel, depende da estrutura emocional e das crenças de cada um.
Podemos escolher a teoria que nos conforta mais: quem morreu se reintegrou na natureza; preserva-se por seus genes em filhos e netos; faz parte de uma energia maior; enveredou por outra dimensão; é uma alma imortal.
A vida inevitavelmente flui: nós somos isso. Ela é um ciclo: ciclos se abrem e se fecham, isso é viver. O fim de cada ciclo nos ajuda a pensar nas vezes em que fomos egoístas, grosseiros, fúteis, infiéis, ou quando não estivemos nem aí. Mas também lembramos os momentos em que fizemos o melhor que podíamos.
Essas águas do fluir da vida não se interrompem quando dormimos ou comemos ou jogamos no iPad ou nos entediamos na fila do banco ou comemos o hambúrguer ou choramos sozinhos no escuro de noite. Tudo isso é natural: mas a nós, sobretudo em mortes brutais ou trágicas, a perda não parece nada natural.
O ciclo vida e morte é um duro aprendizado. Nós, maus alunos.
Não escrevo sobre o tema pela morte de um ou outro, em acidentes, por doença dolorosa, ou mesmo dormindo, morte abençoada. Morrem mais pessoas aqui de morte violenta do que em guerras atuais. A banalização da morte, portanto a desvalorização da vida, é espantosa. Escrevo porque ela, a Senhora Morte, é cotidiana e estranha, ao menos para a maioria de nós.
Há alguns anos, menininha ainda, uma de minhas netas me perguntou com a perturbadora simplicidade das crianças: “Por que eu não tenho vovô?”. Respondi, como costumo, da maneira mais natural possível, que o vovô tinha morrido antes de ela nascer, que estava em outro lugar, e, acreditava eu, ainda sabendo da gente, sempre cuidando de nós – também dela.
Continuei dizendo que a vida das pessoas é como a das plantas e dos animais. Nascem, crescem, umas morrem muito cedo, outras ficam bem velhinhas, umas morrem por um acidente, ou doença, ou simplesmente se acabam como uma vela se apaga.
Falar é fácil, eu dizia a mim mesma enquanto comentava isso com a criança. O drama da vida não se encerra com o baque da morte, mas começa, nesse instante, outra grande indagação. Se a primeira se referia a “o que é a vida, o que estou fazendo aqui, o que significa tudo isso, os encontros, desencontros, realizações, frustrações, a luta constante”, o que indagamos diante da morte é: “E agora, o que significa isso, a morte, o fim, a perda, o ignorado? E quando chegar a minha vez?”.
Então, em geral, temos mais ou menos medo, segundo, ainda uma vez, a nossa crença.
Recordo a frase atribuída a Sócrates na hora em que bebia cicuta, condenado pelos cidadãos de Atenas a se matar: “Se a morte for um sono sem sonhos, será bom; se for um reencontro com pessoas que amei e se foram, será bom também. Então, não se desesperem tanto”.
Precisamos de tempo para integrar a morte na vida. Talvez os mortos vivam enquanto lembrarmos suas ações, seu rosto, a voz, o gesto, a risada, a melancolia, os belos momentos e os difíceis. Enquanto eles se repetirem no milagre genético, em filhos, e netos, ou se perpetuarem em fotografias e filmes. Enquanto alguém os retiver no pensamento, os mortos estarão de certa forma vivos?
Porque morrer é natural, deveria ser simples: mas, para quase todos nós, é um grande e grave enigma.

http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tag/lya-luft/

A VIOLÊNCIA NÃO É UMA FANTASIA


Lya LuftA violência nasce conosco. Faz parte da nossa bagagem psíquica, do nosso DNA, assim como a capacidade de cuidar, de ser solidário e pacífico. Somos esse novelo de dons. O equilíbrio ou desequilíbrio depende do ambiente familiar, educação, exemplos, tendência pessoal, circunstâncias concretas, algumas escolhas individuais.
Vivemos numa época violenta. Temos medo de sair às ruas, temos medo de sair à noite, temos medo de ficar em casa sem grades, alarmes e câmeras, ou bons e treinados porteiros.
As notícias da imprensa nos dão medo em geral. Não são medos fantasiosos: são reais. E, se não tivermos nenhum medo, estaremos sendo perigosamente alienados. A segurança, como tantas coisas, parece ter fugido ao controle de instituições e autoridades.
Nestes dias começamos a ter medo também dentro dos shoppings, onde, aliás, há mais tempo aqui e ali vêm ocorrendo furtos, às vezes assaltos, raramente noticiados. O que preocupa são movimentos adolescentes que reivindicam acesso aos shoppings para seus grupos em geral organizados na internet.
É natural e bom que grupos de jovens queiram se distrair: passear pelos corredores, alegres e divertidos, ir ao cinema, tomar um lanche, fazer compras. Porém correr, saltar pelas escadas rolantes, eventualmente assumir posturas agressivas ou provocadoras e bradar palavras de ordem não é engraçado.
Derrubar crianças ou outros jovens, empurrar velhos e grávidas, não medindo consequência de suas atitudes, não é brincadeira. Shoppings são lugares fechados, com grande número de pessoas, e portanto podem facilmente virar perigosos túneis de pânico.
Juventude não é sinônimo de grossura e violência (nem de inocência e ingenuidade). Neste caso, os que perturbam são jovens mal-educados (a meninada endinheirada também não é sempre refinada…) ou revoltados.
Culpa deles? Possivelmente da sociedade, que por um lado lhes aponta algumas vantagens materiais, por outro não lhes oferece boas escolas, com muito esporte também em fins de semana, nem locais públicos de prática esportiva com qualidade (esportistas famosas como as tenistas irmãs Williams, meninas pobres, começaram em quadras públicas americanas).
Parece que ainda não se sabe como agir: alguns jornalistas ou psicólogos e antropólogos de plantão, e gente de direitos humanos às vezes tão úteis, acham interessante e natural o novo fenômeno, recorrendo ao jargão tão gasto de que “as elites” se assustam por nada, ou “as elites não querem que os pobres se divirtam”, e “os adultos não entendem a juventude”.
Pior: falam em preconceito racial ou social, palavrório vazio e inadequado, que instiga rancores. As elites, meus caros, não estão nos nossos shoppings; estão em seus iates e aviões pelo mundo.
No momento em que as manifestações violentas de junho estão aparentemente calmas (pois queimam-se ônibus e crianças, há permanentes protestos menores pelo Brasil), achar irrestritamente bonito ou engraçado um movimento juvenil é irresponsabilidade. E é bom lembrar que, com shoppings fechando ainda que por algumas horas, os empregados perdem bonificações, talvez o emprego.
As autoridades (afinal, quem são os responsáveis?) às vezes parecem recear uma postura mais firme e o exercício de autoridade: como pode ocorrer na família e na escola, onde reinam confusão e liberalismo negativo, queremos ser bonzinhos, para desamparo dessa meninada.
Todos devem poder se divertir, conviver. Mas cuidado: exatamente por serem jovens, os jovens podem virar massa de manobra. Os aproveitadores de variadas ideologias, ou simplesmente os anarquistas, os violentos, estão sempre à espreita: já começam a se insinuar entre esses adolescentes, ou a organizar grupos de apoio a eles — certamente sem serem por eles convidados.
Bandeiras, faixas, punhos erguidos e cerrados e palavras de ordem não são divertimento, e nada têm a ver com juventude. Não precisamos de mais violência por aqui. É bom abrir os olhos e descobrir o que fazer enquanto é tempo.
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/lya-luft-a-violencia-nao-e-uma-fantasia/

Pe. André Luna - Abençoado Céu

Abençoado Céu Que me visita todo dia Que cabe em minhas mãos, Imensidão no meu vazio Eu sou um pobre pecador Tão indigno de estar aqui Eu me ajoelho e reconheço Que não sou nada sozinho Tu És o Deus da minha vida Na migalha deste Pão que é o Céu, Repartindo a vida inteira comigo, A Tua vida se faz comunhão em mim E eu me torno quem eu recebi Já não sou eu que vivo. Neste Vinho consagrado sob o altar Pelas mãos de um pobre servo escolhido O Teu Amor transpassa um coração de amor E minha vida passa a ser a Tua E eu me torno Teu sacrário vivo.

Alicerçado sobre a rocha

Cinjo-me hoje com a força poderosa da invocação da Trindade, da fé em Deus uno e trino, Criador do Universo.

Cinjo-me hoje com o poder da encarnação de Cristo e do seu baptismo, com o poder da sua crucificação e da sua descida ao túmulo, com o poder da sua ressurreição e da sua ascensão, com o poder da sua vinda no dia do Juízo Final.

Cinjo-me hoje com a força do amor dos serafins, a obediência dos anjos, o serviço dos arcanjos, a esperança da ressurreição com vista à recompensa, as orações dos patriarcas, as profecias dos profetas, a pregação dos apóstolos, a fidelidade dos confessores, a inocência das virgens santas, as acções de todos os justos.

Cinjo-me hoje com o poder do céu, a luz do sol, a claridade da lua, o esplendor do fogo, o brilho do relâmpago, a rapidez do vento, as profundezas do mar, a estabilidade da terra, a solidez das pedras.

Cinjo-me hoje com a força de Deus para me guiar, o poder de Deus para me amparar, a sabedoria de Deus para me instruir, o olhar de Deus para zelar por mim, o ouvido de Deus para me escutar, a palavra de Deus para falar comigo, a mão de Deus para me guardar, o caminho de Deus para eu trilhar, o escudo de Deus para me proteger, os exércitos de Deus para me salvarem das ciladas dos demónios, das tentações dos vícios, das fraquezas da natureza e de todos aqueles que me querem mal. […]

Cristo comigo, Cristo à minha frente, Cristo atrás de mim, Cristo em mim, Cristo abaixo de mim, Cristo sobre mim, Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda, Cristo quando me levanto, Cristo quando me deito, Cristo no coração de quem pensa em mim, Cristo na boca de quem fala de mim, Cristo nos olhos de quem me olha, Cristo nos ouvidos de quem me ouve.

Cinjo-me hoje com a força poderosa da invocação da Trindade, da fé em Deus uno e trino, Criador do Universo.

http://www.arautos.org/evangelho.html?id=273

Filme: O TESTEMUNHO - A HISTÓRIA SECRETA DO PAPA JOÃO PAULO II

Sinopse: "O Testemunho" é um filme sobre o Papa João Paulo II baseado no livro "Uma vida com Karol", do Cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo de Cracóvia, e amigo pessoal de João Paulo II. O filme traz diversas informações que o livro não possui e mostra a humanidade de João Paulo II. Além das tentativas de assassinato, você sabia que ele gostava de se disfarçar para sair no meio das pessoas comuns sem ser reconhecido? E que ele começou sua carreira como ator e adorava cantar karaokê? Estas são apenas algumas das emocionantes revelações do filme

A história de uma alma

Santa Teresinha do Menino Jesus é um fenômeno espiritual extraordinário que abalou a França e a história da Igreja. Mais importante que os milagres alcançados por sua intercessão são os frutos de sua doutrina espiritual, que fizeram João Paulo II proclamá-la doutora da Igreja.

O caminho da vida


O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... Levantou no mundo as muralhas do ódio... E nos tem feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos nos fizeram céticos; nossa inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. 
Charles Chaplin.

Filme Raro- Vida de Santa Teresa D'Avila - Teresa de Jesús - 1961

Sinopsis: El filme destaca los principales momentos de la vida de Santa Teresa de Jesús (también conocida como Santa Teresa de Ávila), reformadora del "Carmelo" y fundadora de las "Carmelitas Descalzas". Año: 1961 Idioma: Español