O Castelo Interior: Um Passeio pelas Moradas de Teresa de Ávila

O Castelo Interior: Um Passeio pelas Moradas de Teresa de Ávila
Análise da experiência mística de S. Teresa de Ávila, relatada por ela mesma, em sua obra de 1577
Autor: Sergio Carlos Covello
Teresa de Ávila, como ficou conhecida por sua cidade de nascimento Teresa de Cepeda y Ahumada (1515-1582), escreveu, dentre outras obras, três tratados místicos, de que o mais importante é O Castelo Interior, no qual relata sua experiência iluminativa alcançada depois de rigorosa disciplina espiritual que a fez viajar por seu mundo interior até os mais profundos estados de consciência.
Mas essa notável escritora e poetisa do período áureo da literatura espanhola, o século de Cervantes, não foi uma intelectual de gabinete e sim mulher de ação comprometida com o ideal de melhorar a humanidade. Como freira carmelita, tomou a iniciativa de reformar a Ordem do Carmelo, recuperando-lhe a vida de recolhimento e oração. Correspondeu-se com os grandes de seu tempo, assim autoridades civis como eclesiásticas, propondo as mudanças necessárias e fundou conventos de monjas descalças em varias regiões da Espanha, com o que exerceu relevante influência na Igreja e na sociedade. Se escreveu, em prosa e em verso, obras tão belas que lhe garantem lugar de relevo nas letras universais, não foi por pretensão literária – que não possuía de nenhum modo -, mas para ensinar às suas irmãs de fé um padrão mais elevado de vida, como convém aos que abraçam a religião.
S. Teresa nasceu em 28.3.1515, em Ávila, região central da Espanha e faleceu em 4.10.1582. Aos 20 anos, ingressou, contra a vontade do pai, no convento carmelita da Encarnação e fez os votos, aos 22. Empenhou-se na reforma do Carmelo, tendo a colaboração de S. João da Cruz. Criou a Ordem dos Carmelitas Descalços (OCD), à qual propôs a pobreza, o recolhimento e a oração. Em 1562, fundou o primeiro convento reformado, em Ávila. Seguiram-se-lhe mais 31 até o fim de sua vida. Escreveu O Livro das Fundações, Constituições, Livro da Vida, Caminho de Perfeição, O Castelo Interior, Contas de Consciência e Meditações sobre os Cantaresalém de escritos menores, cartas e poesias. Eleita padroeira da Espanha em 1617, foi canonizada em 1622 e declarada doutora da Igreja em 1970. É conhecida como a Santa dos Êxtases por suas extraordinárias experiências místicas.          
O Castelo Interior foi redigido em 1577, no curto espaço de dois meses, numa espécie de escrita automática, como se fosse recebido do Alto. É obra da maturidade espiritual de S. Teresa, que contava então 62 anos e já havia entrado em consciência cósmica, após uma sucessão de despertares que marcaram sua existência terrena repleta de enfermidades, atribulações, trabalhos constantes e mesmo perseguições por parte daqueles que não aceitavam idéias reformistas. Como todos os escritos de S. Teresa, O Castelo não se destinava à leitura do grande público, e sim à instrução das carmelitas descalças, como um guia de espiritualidade. Tornou-se, no entanto, sua mais conhecida obra, quer pela perfeição da narrativa, “pela elegância despreocupada que deleita ao extremo”, no dizer de Frei Luis de León, quer, sobretudo pela acurada análise que faz da psique humana, interessando, por isso, também à ciência psicológica, nesta nossa época em que a expansão da consciência tem sido a proposta da mais sã psicologia.
Teresa parte da idéia de que a felicidade, que ela chama de Deus, está dentro de cada um de nós e não pode ser encontrada em nenhum outro lugar, visto ser um estado de consciência, cujo aflorar demanda o autoconhecimento, pois o homem – afirma – não é a idéia que tem de si mesmo, mas uma alma ou consciência com vários graus de perfeição que abriga no mais recôndito o verdadeiro ser. A entrada nessa esfera de consciência, no entanto, não depende de conhecimento intelectivo e sim de experiência direta que caracteriza o saber místico, a verdadeira sabedoria. É pelo autoconhecimento, lastreado na introspecção, que o ser humano consegue compreender-se e se transformar, de ser psíquico em Eu superior, ensejando a renovação da mente e o nascer para uma vida completamente nova, fruto de aliança definitiva da personalidade com o homem interior, o grande desconhecido.
Para explicar essa experiência transformadora, pela qual ela própria passara, Teresa vale-se da linguagem metafórica, que é a forma natural de expressão mística, porquanto a linguagem usual é insuficiente para expressar as realidades que transcendem. Duas são as principais imagens adotadas pela autora: o castelo e o casamento que são símbolos relacionados tradicionalmente com a necessidade que tem o homem em seu crescimento pessoal de se libertar da imaturidade psíquica e das formas limitadas de vida, com vistas na plena realização de suas potencialidades. Teresa não inventou esses símbolos, nem foi a primeira escritora que fez uso deles, visto que encontram suas raízes já no próprio texto bíblico. O castelo representa a alma humana, ou a esfera intima do ser, o centro individual de segurança, porque os castelos são construções sólidas, de difícil acesso, erigidas geralmente em lugares altos e isolados, nos campos ou nos bosques, longe da turba da cidade. São protegidos contra as inundações e os ataques externos. Têm geralmente torres elevadas que conotam a evolução ou ascensão, e representam o elo entre a terra e o céu, como nas igrejas e nas catedrais. Os castelos expressam, assim como os templos, o desejo de aproximação com Deus e de canalização do poder divino para a Terra. Nos contos de fada, os castelos abrigam jovens à espera de um príncipe, qual a Bela Adormecida, ou um príncipe à procura de uma jovem para desposar, como a Cinderela. Na psicanálise, usa-se a figura da casa, similar ao castelo, para exemplificar o aparelho psíquico: o porão, geralmente escuro, denota o inconsciente e seus instintos, ao passo que os cômodos iluminados significam a consciência; entre luzes e sombras, há meios tons. No que tange ao casamento, o simbolismo é bastante claro. Já no Cântico dos Cânticos, ele traduz a experiência mais secreta da alma – uma relação pessoal e intensa determinada pela necessidade vital de alteridade, a que se deve a geração da vida. Sob o aspecto social, o casamento, disciplinado na legislação dos povos, implica relação duradoura, constância, mútuo interesse, comunhão de vida e de bens, auxilio recíproco, deveres e, até há bem pouco tempo, indissolubilidade. Trata-se, na linguagem mística, não de imagem sexual, como pode parecer aos menos avisados, nem de sexualidade reprimida, como querem ver no texto teresiano alguns críticos que desconhecem a base poética da psique, mas a representação da união transformadora que produz a vida santificada.
Teresa concebe a alma humana como um castelo de sete pavimentos ou andares que são os vários graus de consciência pelos quais a pessoa tem de passar até chegar ao topo e ao centro, onde se dá a plenitude iluminativa: “É de considerar nossa alma como um castelo todo de diamante ou mui claro cristal, onde há muitos aposentos, assim como no céu há muitas moradas. Que se bem o considerarmos, não é outra coisa a alma do justo senão um paraíso onde Ele disse ter suas delícias”. Mas, para desfrutar desse paraíso, faz-se necessária a introspecção a que nem todos estão acostumados. É preciso, em primeiro lugar, entrar no castelo, porque as pessoas, em sua maioria, ficam de fora, fascinadas com as coisas do mundo exterior. Com o objetivo de não confundir o leitor, Teresa adverte em tom pedagógico: “Parece que digo algum disparate: porque se este castelo é a alma, claro que não se trata de entrar, pois se é ele mesmo, pareceria desatino dizer a alguém que entrasse num aposento já estando dentro”. O paradoxo, no entanto, é só aparente, porque mesmo no espaço físico há modos de estar. Há quem está mas não percebe e não tira nenhum proveito da estada – vê, mas não enxerga, ouve, mas não escuta, porque o pensamento está muito longe, e é como se não estivesse no local. Sabe-se de longa data que a alma tem em si algo de terreno (inferior) e de divino (superior): em geral, as pessoas comuns ficam com o terreno, não tomando posse nunca do nível superior, íntimo. É, pois, preciso entrar no castelo (voltar-se para o íntimo) e percorrer seus aposentos, num movimento ascensional, até descobrir a própria identidade iluminada. Não basta, portanto, ter a noção de “possuir uma alma”. É imperioso aprofundar-se em si mesmo para chegar aos patamares mais altos da consciência e viver como um ser superior, ou divino. Enquanto a alma não necessita de esforço para viver seu aspecto terreno, necessita de muito esforço para viver superiormente, visto que é estreito o caminho que conduz para cima. Assim, o centro da alma – que Teresa diz ser o espírito – não é reconhecido facilmente pelo homem (diga-se, pela própria alma), porque as ilusões turbam o entendimento. E é inútil o homem saber que é uma alma, se não experimenta todos os aspectos dessa alma. É, pois, somente esse conhecimento experimental, próprio dos grandes sábios e místicos, que produz a compreensão e a iluminação. Essa expansão da consciência cura as inquietações da alma, operando a aliança do homem exterior com o homem interior, de modo que o primeiro passe a ser comandado pelo segundo. À melhor parte da alma, só se adentra com muito trabalho e esforço justificados pela necessidade de superar a ignorância. “Não é pequena lástima e confusão – pergunta Teresa – que por nossa culpa não nos entendamos a nós mesmos, nem saibamos quem somos? Não seria grande ignorância que perguntassem a alguém quem era e não conhecesse nem soubesse quem foi seu pai, nem sua mãe, nem sua terra?”. É, pois, imprescindível saber por experiência, o grande bem que há na alma, o que se dá pela entrada em si. A introspecção é justamente o adentrar da alma em si. Isso depende só do querer. A chave posta à disposição de quem quer entrar é, segundo Teresa, dúplice: a oração e a reflexão. Não a oração decorada, mera repetição de palavras, mas a oração reflexiva, com concentração do pensamento e afastamento de todo e qualquer cogitar profano. Na oração, ensina S. Teresa, não é importante o muito falar, mas o muito amar. Trata-se da oração contemplativa, expressão de amor, que traz contentamento grande e quieto da vontade, no dizer da escritora.

O castelo da alma com sete andares e muitas moradas, imaginado por Teresa de Ávila, não é como os castelos que estamos acostumados a ver. É construído em forma de palmito, tendo em seu núcleo a parte saborosa envolvida em muitas coberturas. Tampouco os cômodos ou moradas estão dispostos linearmente, senão abaixo, acima e ao redor. As moradas são graus de consciência e amor. Nesse castelo, os órgãos dos sentidos são os serviçais que, no entanto, governam mal a casa e deixam entrar animais peçonhentos (as paixões), descurando ademais da limpeza. Por isso, se a chave da porta principal do castelo é a oração, as chaves das várias moradas são a humildade e a  devoção. Humildade para reconhecer os pontos obscuros do castelo com vistas em eliminá-los; devoção ao grande ser que habita o centro do castelo.
Nas três primeiras moradas, há muita impureza, porque, estando mais próximas do solo, são mais vulneráveis às paixões, ao orgulho pessoal, ao amor narcísico, à avidez e às vaidades. Ao tomar ciência dessa poluição, quem entra nessas moradas, deve em primeiro lugar proceder à faxina, penitenciando-se de suas falhas. Cuida-se de extirpar o apego ao mundo, combater os maus pensamentos e sentimentos e de mudar o modo de falar e de vestir. As quartas moradas oferecem um colírio para os olhos da alma. Por estarem mais próximas da câmara real, são belas e iluminadas. Nelas não entram animais repelentes e, mesmo que entrem, não lhes fazem dano, porque a alma está purificada e fortalecida – já não tem apegos e sente prazer no recolhimento interior – deixa de pensar e passa a amar. É o início da vida iluminada, e uma força que parte do centro e do alto do castelo, puxa a alma para mais perto da morada central. Nas quintas moradas, a  oração começa a produzir o fruto da união. A alma torna-se compassiva, recebendo a marca do amor incondicional, que é a característica divina do homem. Livre da egoicidade, o homem se transforma (a lagarta se faz borboleta) e quer a todo preço chegar ao centro. Foi neste estágio de sua ascensão que Santa Teresa recebeu as visões e os êxtases, pelos quais ficou conhecida – ela é chamada de a “Santa dos Êxtases”. Na definição que a própria autora nos oferece, esses êxtases são “vôos do espírito”, ou saídas de si, pelas quais a alma experimenta uma união fugaz com o divino e se sente estimulada a prosseguir em sua subida espiritual e abandonar de vez as conversações e confortos terrenos. Enquanto os êxtases são arroubos da alma, as visões de Deus e de multidão de anjos, são intuições da presença divina na alma, intuições que ela chama de visões intelectuais, porque os olhos carnais, em verdade, nada vêem. A consciência capta essa presença sem a intermediação dos órgãos dos sentidos. Com tais experiências, Santa Teresa tomou conhecimento mais perfeito da grandeza do ser que habita o castelo, aumentou o autoconhecimento e a humildade, e confirmou uma vez mais a pequenez das coisas terrenas. Vê-se assim que tanto os êxtases como as visões têm por fim aumentar a capacidade de compreensão, que, ao lado da compaixão, é a característica básica da consciência cósmica. “Em Deus – diz – vêem-se todas as coisas, e Ele as tem todas em si mesmo”. Mas, por causa desses êxtases e dessas visões, teve a santa de enfrentar a incompreensão alheia, sendo vítima de acusações e reprovações até de seus superiores hierárquicos. As sextas moradas são ainda mais belas, porque freqüentadas pelo senhor do castelo. Nelas a alma realiza os esponsais com a divindade. As tribulações, todavia, continuam, porque as outras pessoas com quem necessariamente ela convive, não a entendem (Santa Teresa, como todo místico, destoa do grupo social) e a criticam e desprezam. É a noite escura da alma que precede a plena e definitiva transformação. Por fim, nas sétimas moradas, que são as mais ricas e bonitas, a alma une-se, em casamento, com a divindade. Neste estágio, a pessoa percebe a sutil divisão entre alma e espírito, o centrum securitatis. O matrimônio espiritual nada mais é do que a divinização da alma que, purificada, fortalecida e iluminada, passa a desfrutar da paz que excede todo o entendimento. Neste mais alto patamar, a vontade de servir ao próximo toma vulto, porque a alma se reconhece como instrumento cósmico para servir às criaturas. Então, quem se havia afastado do mundo para melhor compreender sua real identidade, estando já definitivamente livre dos apegos  e das ilusões,  volta ao convívio social para trabalhar com redobrado vigor em prol de todos os seres. A experiência mística só se completa e se confirma pelo serviço desinteressado. É a faceta Marta que se ativa na alma. Nes­te passo do livro, Santa Teresa reabilita a figura evangélica de Marta, irmã de Maria. Em Lucas, 10:38-42, lemos que Marta hospedou Jesus em sua casa, e sua irmã, Maria, quedou-se assentada aos pés do Mestre a ouvir-lhe os ensinamentos, enquanto Marta agitava-se de um lado para outro, fazendo os preparativos para bem servir ao convidado ilustre, até que pediu ao Divino Mestre que ordenasse à irmã  fosse ajudá-la a pôr a mesa. Ao que Jesus respondeu: “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”. Pelo diálogo, tem-se a impressão de que o Mestre reprovou Marta e elogiou Maria, vale dizer, exaltou a contemplação e deu pouca importância ao trabalho. Teresa de Ávila, no entanto, dá interpretação mais adequada à passagem bíblica: Maria, a contemplativa, não é mais importante do que Marta, a laborativa, porque no grande castelo da alma, “Marta e Maria hão de andar juntas para bem hospedar o Senhor, e tê-lo sempre consigo”. Enfaticamente, pergunta a autora: Como Maria, assentada sempre aos pés do Mestre, lhe poderia dar boa hospedagem se a irmã Marta não a ajudasse? De fato, sem Marta, não há regalos, não há festa, não há boa hospedaria. Marta e Maria são facetas de uma mesma pessoa. O verdadeiro místico não se limita a contemplar, mas age e age sempre para o melhoramento do mundo. Contemplação e trabalho se unem na personalidade mística. Da mesma forma como a fé sem obras é morta, a contemplação sem a ação perde muito de seu valor. Diz-se mesmo que a missão do místico é trazer os céus à Terra para que esta se transforme em paraíso. Para completar, portanto, ascensão da alma, é mister o serviço desinteressado porque de nada vale represar o amor extraordinário que existe na alma de todo ser humano. Além disso, a melhor parte, a que se refere Jesus, vem depois de muito trabalho e mortificação. É notório naqueles que atingem a iluminação o desejo de trabalhar para melhorar o mundo. Foi assim com Sidarta Gautama que tendo-se afastado do mundo por seis anos em disciplina ascética, voltou iluminado para ensinar a humanidade a livrar-se do sofrimento, exercendo seu magistério durante 45 anos. Foi assim com Jesus que, iluminado nas águas do Jordão, não deixou nenhum dia sequer de pregar, ensinar, curar os enfermos e ressuscitar os mortos. Foi assim com Paulo de Tarso: depois da conversão, não deixou de trabalhar, enfrentando perigos e tormentas para pregar a boa nova, além de prover o próprio sustento como tecelão. Assim também com o seráfico Francisco de Assis, que trabalhava manualmente, consertando igrejas, além de ministrar a palavra de conforto aos doentes e sofredores. E foi assim, também, com Santa Teresa: após sua iluminação, em idade madura, não descansou um minuto sequer, fundando e administrando conventos e atuando como reformadora e mestra espiritual, para o que teve de realizar viagens em condições precárias para diversos pontos da Espanha. 
Deste breve passeio que acabamos de fazer pelas moradas de Teresa de Ávila, conclui-se que os ensinamentos dessa insuperável mestra de espiritualidade continuam válidos hoje, decorridos mais de quatro séculos, como continuarão sempre para aqueles que, no dizer de René Fulop-Miller, “querem transcender a enfermidade do ego e do mundo, para enveredar pelo caminho da perfeição até Deus”.
http://www.teosofia-liberdade.org.br/o-castelo-interior-um-passeio-pelas-moradas-de-teresa-de-avila/

PARA SUPERAR AS PERDAS, FREUD EXPLICA

Tirar proveito da mortalidade e da frágil condição humana é um trabalho de delicadeza e não é um simples clichê de “viva cada dia como se fosse o último”, que na prática já se prova perdido.
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“Sobre a Transitoriedade” é um ensaio escrito por Freud em 1915, que nos deixa lições valiosas de superação das perdas, através da compreensão da transitoriedade.
Para simplificar as escolhas que se fazem sobre a transitoriedade de tudo na vida, há quem escolhe fugir e quem escolhe ficar, há aqueles que se preocupam demais e aqueles se preocupam de menos, uns que vivem na ilusão de controlar tudo ao redor e outros que vivem como se fossem eternos.
Nenhum dos extremos se prova bom negócio afinal.
Tirar proveito da mortalidade e da frágil condição humana é um trabalho de delicadeza e não é um simples clichê de “viva cada dia como se fosse o último”, que na prática já se prova perdido.
“Sobre a Transitoriedade”, demonstra as habilidades literárias do criador da Psicanálise e traz uma brilhante reflexão sobre o valor da escassez do tempo, das coisas, pessoas e situações que se tornam preciosas para nós por seu caráter finito.
O ensaio teve forte influência do clima de guerra, a primeira guerra então assolando a Europa e castigando a todos com incertezas, e claro, um ambiente perfeito para se discutir transitoriedade, já que na guerra nada é certo, tudo e todos pertencem à guerra, tudo espera pela guerra e pode não estar aqui amanhã.
E ainda que não em guerra, precisamos saber tirar o melhor da transitoriedade, uma vez que ela nos é intrínseca.
Pode-se dizer que Freud era quem mais entendia do assunto, era judeu, viveu entre guerras e morreu de câncer. Teve as experiências mais vívidas com a efemeridade da condição humana. Por seus escritos vemos que Freud talvez tenha sempre enfrentado bem o tema, por vezes foi positivo, irônico e desiludido sobre o assunto, ou seja, manteve os pés no chão com certo charme.
Durante a 2ª guerra, por exemplo, quando a Alemanha nazista queimou seus livros junto com os de outros pensadores da cultura judaica, Freud declarou:
“A humanidade progride. Hoje somente queimam meus livros; séculos atrás teriam queimado a mim.”
E apesar de que a relevância de seu trabalho o tenha eternizado, Freud não mantinha ilusões a esse respeito, ao contrário, suas preocupações eram bem mais práticas. Em uma rara entrevista concedida ao jornalista americano George Sylvester Viereck, em 1926, isso fica muito claro:
George Sylvester Viereck: Não significa nada o fato de que o seu nome vai viver?
S. Freud: Absolutamente nada, mesmo que ele viva, o que não e certo. Estou bem mais preocupado com o destino de meus filhos. Espero que suas vidas não venham a ser difíceis. Não posso ajudá-los muito. A guerra praticamente liquidou com minhas posses, o que havia poupado durante a vida. Mas posso me dar por satisfeito. O trabalho é minha fortuna.
Estávamos subindo e descendo uma pequena trilha no jardim da casa. Freud acariciou ternamente um arbusto que florescia.
S. Freud: Estou muito mais interessado neste botão do que no que possa me acontecer depois que estiver morto.
George Sylvester Viereck: Então o senhor é, afinal, um profundo pessimista?
S. Freud: Não, não sou. Não permito que nenhuma reflexão filosófica estrague a minha fruição das coisas simples da vida.
George Sylvester Viereck: O senhor acredita na persistência da personalidade após a morte, de alguma forma que seja?
S. Freud: Não penso nisso. Tudo o que vive perece. Por que deveria o homem construir uma exceção?
E no ensaio “Sobre a Transitoriedade” Freud narra sua caminhada com um amigo poeta e a discussão entre eles. O poeta pensa que a beleza das coisas perde valor já que é transitória, mas Freud tenta persuadi-lo do contrário, sem sucesso. Conclui então, que o poeta estaria sob a influência de um processo de luto.
A superação da perda, a rebelião psíquica contra o luto que leva embora o prazer pela apreciação do belo, antecipando o luto pelo seu declínio. Porque o luto para o leigo é óbvio, como ele diz, mas para o psicólogo é um enigma não esclarecido.
Pra clarear um pouco mais, Freud exemplifica com a guerra, ele diz que ela fortaleceu o amor de muitos pelo que lhes havia restado, mas que outros, em seu processo de luto, resolveram-se por renunciar ao prazer, pelo fato de o objeto valioso não ter se mostrado durável. Uma forma de proteção. Contudo lembra que o processo de luto passa.
A solução segundo ele, seria exatamente a escolha dos primeiros, que nada mais é, que abrir mão daquilo que se foi e construir novos amores, para substituir os que se foram. Não há outra maneira saudável.
A questão é que não se pode viver no passado, nem no futuro, nossa libido precisa constantemente de objetos internalizados aos quais se apegar, agora. Viver na ilusão de controlar tudo ao redor ou viver sem apegos e preocupações, como se fôssemos eternos, são extremos, o que Freud nos ensina é a praticar, são as ações que são possíveis com o que nos resta, ações de construção de coisas novas, fazer o que se pode com o agora.
Muitas vezes as perdas são mais difíceis por que nos eximimos do agora, vivendo em um outro plano, nos eximimos das pessoas, das coisas simples, e de repente elas se vão. Então segue-se um processo de luto que vem a ser muito duro e carregado de culpa. Talvez entender a transitoriedade de tudo o que se tem nos ajude a dar valor e serene nossas perdas, já que estaremos conscientes de termos vivido o que se foi ou quem se foi, da melhor forma possível.


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Resumo do livro "A Vida Intelectual"


Irmãos, já falei aqui a respeito do livro do Padre Antonin Dalmace Sertillanges onde pude trazer o capítulo 1 em duas postagens que você pode ler aqui aqui.

Gostaria de relatar algo: eu tive acesso a este livro gratuitamente via pdf (eu coloquei o link para baixar na primeira postagem) e procurei ler devido a indicação de algumas pessoas e ter ouvido sobre ele ter mudado a vida de muitas pessoas. Ao começar a ler em pdf eu fiquei vislumbrado pela santidade das palavras e como eram profundas! Tive a certeza de que estava diante de um clássico (como um "imitação de Cristo" para estudiosos)! Desde então procurei imediatamente comprar um livro físico pois sei que seria importantíssimo este livro para mim.

Gostaria aqui de fazer um resumo dos tesouros que encontrei neste livro. Um livro de grande envergadura. Grandioso por tudo que diz. Tem uma linguagem que exige muita atenção, mas valeu à pena ler bem devagar, degustando, mastigando cada palavra, cada ensinamento, cada lição. E que lições!!! Como aprendi e como Deus falou ao meu coração e também como me tocou os sábios e ensinamentos da sabedoria. Recomendo a todos que amam a leitura que leiam este livro. Ele é essencial para todos os que estudam, lêem e buscam o conhecimento, a sabedoria.

A introdução do livro é surpreendente. Gostaria de digitar aqui algum dia.

O capítulo primeiro fala sobre a vocação do intelectual, como ele é um consagrado. Nossa! Pra mim isto foi uma revelação! Sempre tive uma sede muito grande de conhecimento, sempre falo que sou um viciado pelo saber, uma curiosidade sem fim, um desejo contínuo de aprender. E neste livro eu tive certeza de que isso se trata de um chamado de Deus, que faz parte de uma missão, um desejo do Grande Autor da Vida de que eu fizesse algo neste sentido nesta vida breve que passa. Como isto foi algo que me impactou, pois sempre fui corrigido por irmãos desinformados de que eu não devia buscar tanto conhecimento assim, de que isto não agradaria a Deus, de que Deus é simples, etc. Vários jargões que falam erroneamente de que humildade é sinônimo de ignorância atribuindo tudo a uma ação milagrosa de Deus, como se Deus só pudesse agir através da nossa ignorância.

Este livro reacendeu em mim o desejo pelo conhecimento, tudo aquilo que aprendi na Sagrada Escritura pelos livros sapienciais, e em alguns textos fenomenais como a carta do Papa S.João Paulo II, "A razão e a fé". Nas duas postagens que citei acima eu trago um resumo com uma seleção dos textos tirados diretamente do primeiro capítulo do livro. Vale muito a pena ler.

No capítulo dois ele nos fala das virtudes de um intelectual cristão. Como que precisamos cuidar de trabalhar nossas virtudes e combater os defeitos e vícios. E como que se não cuidarmos bem destas coisas estaremos atrofiando o desenvolvimento saudável da nossa vida intelectual. Um intelectual que não trabalha suas virtudes e não combate os vícios é um mal intectual, ou melhor não pode ser chamado de intelectual pois "a ciência depende de nossas tendências passionais e morais", ele diz ainda: "a verdade e o bem não só estão interligados como são idênticos".

No capítulo três, intitulado de "A organização da vida", ele nos fala com maestria de como devemos viver esta vida de estudos e leitura com dedicação máxima mas sem descuidar das pessoas que amamos, dos amigos, da família e das nossas obrigações gerais. Como devemos nos portar. O que devemos realmente evitar, abandonar e valorizar o que é necessário. A importância da solidão, do silêncio mas também o valor de se estar com as pessoas e com cumprir fielmente nossas ações e atividades de nossa obrigação.

No capítulo quatro ele nos fala do tempo dedicado ao trabalho da intelectualidade. Em todo tempo ele chama de 'trabalho' a busca por conhecimento e a transmissão do mesmo (se posso resumir assim, pois é muito mais que isso). Ele fala da importância da oração e de como ela tem muita similaridade pela busca da sabedoria. E de como devemos dedicar todo o tempo à busca pela sabedoria, pela vida intelectual, como um bom cristão deve ser fiel à sua vocação. Ele fala da importância de certa dedicação pela manhã e pela noite. Ele fala também de como devemos estar atentos durante todo o tempo e de que todas as realidades que nos cercam são fonte de reflexão, de conhecimento, de aprendizado e de como Deus fala de formas diversas buscando nos formar, nos fazer crescer no aprendizado.

No capítulo cinco ele vai tratar do campo do trabalho intelectual. De que todas as ciências estão interligadas. Nenhuma sobrevive sozinha. De que necessitamos estudar um pouco de todas as ciências e não apenas nos especializarmos numa só específica. Mas não exagerar nisso, é apenas um breve conhecimento necessário. Mas nas temáticas de que precisamos aprender, devemos aprender corretamente. Ele fala da importância maior das ciências da filosofia e da teologia. E neste campo ele recomenda enormemente o estudo da vida e dos escritos de São Tomás de Aquino. Ele fala que nossos campos de estudo escolhidos exigem-se o sacrifício de abandonar todo o universo dos outros campos. Que é preciso ter os pés no chão para saber que não se pode saber tudo. Que se deve saber o necessário daquilo que nos propomos a buscar e não sabê-los pela metade. Não ter pressa, mas buscar profundidade fazendo seu melhor em cada tempo e campo específico.

No capítulo seis ele nos diz sobre o espírito do trabalho intelectual. A submissão e humildade que devemos ter à verdade. A dedicação que devemos ter à pesquisa, a concentração que devemos nos aplicar com fidelidade máxima. Ele cita São Tomás: "Ninguém, por mais sábio que seja, deve rejeitar a doutrina de um outro, por pequeno que ele seja". O alargamento dos temas estudados abrange muito mais do que podemos propor. Devemos contemplar a grandeza e conexão das verdades e buscar a profundidade, largura e altura dos mistérios aprendidos. Ele diz: "A letra mata: que a leitura e o estudo sejam espírito e vida".

No capítulo sete ele discursa sobre a preparação do trabalho intelectual. Ele aprofunda os três grandes e importantes passos: 1) A leitura; 2) A organização da memória; 3) As anotações. Fala, entre muitas coisas, sobre ler com qualidade. Não adianta ler com excesso se não puder dar tempo para absorver o conhecimento e fazer dele uma produção positiva para sua vida e dos demais. Escolher com cuidado o que ler, sem rejeitar facilmente livros de pessoas alheias ao seu meio. Fala de como São Tomás tirou dos filósofos antigos aprendizados que excedem tudo aquilo que estes disseram. Que não devemos rejeitar nada. Explica também as quatro espécies de leitura: a leitura de formação, a ocasional, a edificante e a de lazer. E como devemos conciliar todo o trabalho de leitura. Ele nos fala no segundo item sobre o que é preciso memorizar, a ordem e como fazer para isso. E no último subitem ele nos dá preciosas dicas sobre como fazer eficientes anotações durante o estudo e a leitura. A importância de fazer anotações claras e lúcidas, sem exageros e que resumem os melhores conceitos estudados. Que devemos fazer um resumo do livro (este é o motivo deste post) à medida que se avança tendo à memória toda a estrutura do tema estudado. Olhando um ponto específico sem perder de vista o todo, como enxergar toda a 'arvore' à vista do conhecimento para não se perder diante das coisas aprendidas. E pensar na utilidade prática para si e para os outros das anotações, dos trechos marcantes e do resumo.

No capítulo oitavo a abordagem é sobre o trabalho criador. Fala sobre a importância de se escrever, de se produzir conteúdo. De que todo leitor e estudante precisa repassar o que aprende e que isso o dignifica mais e respalda também a razão do aprendizado. Que mesmo que a pessoa não tenha costume de escrever que se deva começar e que começar é o mais importante, o resto virá por si mesmo. Fala sobre o estilo da escrita que deve ser original próprio de cada um, que não devamos copiar dos outros, fala também de que se deve ser transparente e genuíno, nada de escrever aquilo que não vem do coração, do íntimo de si mesmo. Que não se deve escrever só pelo retorno financeiro nem para acariciar tendências de moda. Que o escritor deve estar inserido no mundo mas não se deixar dominar por ele. Estar nele, mas fora dele. Que se deve ter um olhar crítico sobre o próprio trabalho, ser coerente e sincero. Fala sobre a necessidade de três virtudes: constância em se focar no trabalho e não desistir, não se deixar distrair pelas várias coisas ao redor que costumam roubar nossa atenção; paciência, pois que o cérebro sempre nos prega peças, que passaremos por várias tribulações e dificuldades para prosseguir e terminar o trabalho, mas que isso não pode ser razão de preguiça ou desistência; e perseverança: terminar é importantíssimo; que não terminar é amigo íntimo do inimigo que combateu o trabalho o tempo todo. Por isso ele termina o capítulo explanando muito bem sobre a necessidade primordial de terminar o trabalho, custe o que custar e sobre o reconhecimento dos limites. Quem não se conhece e não conhece seus limites será inimigo de si mesmo.

No nono e último capítulo, cujo tema é o trabalhador e o homem', ele nos falará da necessidade do lazer, do descanso e que eles fazem parte de uma pausa muito necessária para melhor produção do intelectual. Ele também vai falar da grande riqueza da apreciação das artes como um meio para um relaxamento e ao mesmo tempo aprofundar-se em uma alta cultura. Fala da necessidade de um verdadeiro descanso físico e/ou mental e que muitas vezes pensamos que estamos descansando quando na verdade o tipo de lazer nos estressa ainda mais e não contribui para a verdadeira pausa necessária para retomar com frutos o trabalho. Fala também do truque da diversidade, pois muitas vezes quando diversificamos a atividade nós descansamos de outra atividade sem necessitar parar totalmente. Ele diz também que não devemos trabalhar com excesso e nem trabalhar pela metade, o mesmo também serve para o descanso: não descansar demais e não descansar pela metade. Para isso é preciso planejar bem o descanso: o tipo, o local, a duração, etc. Fala também das provações com que passará o intelectual e das perseguições, das quais, é louvável, que ele não retruque os ataques, mas busque a humildade, pois a verdade sempre vence no final e que quando Deus é por nós quem pode nos resistir? A verdade sempre prevalece no final. E o livro termina falando da necessidade de apreciar as alegrias, tirar prazer do que faz, fazer com amor e dedicação. Os frutos do trabalho virão, mesmo que não se veja claramente e que é preciso confiar no Senhor que faz a semente germinar no tempo certo e o fruto também. Nem sempre o que semeia é o que colhe.

Um livro extraordinário. Riquíssimo e profundo. Não é possível ler ele com pressa e proveito. Leia devagar, mastigando e meditando os ricos ensinamentos.
Que Deus o abençoe com esta excelente leitura!

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Os 7 sinais da maturidade emocional

Uma virtude muito mais importante do que você imagina

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Normalmente, a maturidade é associada à idade e aos anos de experiência de vida cronológica. No entanto, quando se trata de maturidade emocional, a idade pode ter pouco a ver com isso. Muitas vezes a maturidade física chega antes da maturidade emocional.
A maturidade emocional não surge do nada; exige trabalho, esforço, boa vontade e o desejo de olhar para dentro e se conhecer melhor, com a cabeça e o coração em perfeita sintonia. Amadurecer significa encarar a realidade como ela é, muitas vezes bem mais dolorosa do que gostaríamos.
Aqui estão sete características das pessoas emocionalmente maduras.
1- Saber dizer adeus é maturidade emocional
A maioria de nós sente muito medo, principalmente quando se trata de soltar as amarras e deixar a vida fluir.
Pensar que o passado foi melhor é muito doloroso; nos impede de soltar e deixar ir.
As pessoas emocionalmente maduras sabem que a vida fica muito melhor quando é vivida em liberdade. Então, deixam ir o que não lhes pertence, porque entendem que ficar preso ao passado nos impede de fechar ciclos e curar nossas feridas emocionais.
2- Conseguem olhar para o seu passado emocional sem dor
Limpar a dor do nosso passado é absolutamente necessário para avançarmos em nosso caminho emocional. As ervas daninhas crescem rapidamente; se não limparmos nosso caminho, não veremos o que está próximo.
As pessoas emocionalmente maduras sabem da importância de viver no presente, superando e aceitando o que passou. O que aconteceu, já aconteceu; não podemos mudar. Aprenda com os erros e siga em frente.
Se perdermos o contato com o nosso interior, não nos afastamos dele, mas permitimos que o negativo do nosso passado interfira na nossa vida presente. Isso é muito doloroso.
“É por esse motivo que, quando tivermos aprendido o suficiente sobre a nossa dor, perderemos o medo de olhar para dentro e curaremos nosso passado emocional para avançar mais um passo na vida”.
3- Têm consciência do que pensam e sabem
A maturidade emocional nos ajuda a entender melhor nossos próprios sentimentos e os dos demais. As pessoas emocionalmente maduras se esforçam para escrever e pensar sobre as suas opiniões ou sobre como se sentem.
“Amadurecer é ter cuidado com o que diz, respeitar o que ouve e meditar sobre o que pensa”.
A clareza mental das pessoas maduras contrasta com a preguiça e o caos mental das pessoas imaturas. Portanto, a maturidade emocional ajuda a resolver problemas cotidianos de forma eficaz.
4- Não reclamam de nada
Parar de reclamar é a melhor maneira de promover mudanças.
As queixas podem nos aprisionar em labirintos sem saída. As pessoas emocionalmente maduras já aprenderam que somos o que pensamos. Se você agir mais e reclamar menos, significa que está crescendo emocionalmente.
Quer viver infeliz? Reclame de tudo e de todos.
5- Conseguem ser empáticas, sem se deixar influenciar pelas emoções alheias
As pessoas emocionalmente maduras têm respeito por si mesmas e pelos outros. Têm habilidade para se relacionar da melhor forma possível com os demais; sabem ouvir, falar e trocar informações. Aprenderam a olhar de forma generosa para o outro; todos nós temos valores diferentes, mas queremos ser aceitos e felizes.
6- Não se castigam pelos seus erros
Aprendemos com os nossos erros; falhar nos permite enxergar os caminhos que não devemos seguir.
As pessoas maduras não se punem por possuírem limitações, simplesmente as aceitam e tentam melhorar. Sabem que nem sempre tudo acontece como queremos, mas cada erro é uma boa oportunidade para o crescimento pessoal.
7- Aprenderam a se abrir emocionalmente
As couraças emocionais pertencem ao passado. É muito importante ter comprometimento, amor, autoconfiança e acreditar nas pessoas. Não seja perfeccionista e nem espere a perfeição dos outros. Esqueça as desavenças e perdoe, inclusive a você mesmo.
“Desfrute do tempo compartilhado da mesma forma que desfruta do tempo sozinho”.
Maturidade emocional é assumir o controle da sua vida, ter sua própria visão de mundo e ambição para a sucesso. Ao desenvolver a maturidade emocional a vida torna-se um prazer, e não uma obrigação.

COMO LIDAR COM A DECEPÇÃO?

A decepção faz parte da vida. Afirmo perentoriamente que é necessário para o desenvolvimento humano. O desapontamento, na grande maioria das vezes é um impulso para a ação, fornece-nos motivação para crescer e ir ao encontro dos nossos objetivos. A decepção pode considerar-se sempre que identificamos um erro entre aquilo que desejamos alcançar ou que acontecesse e aquilo que realmente alcançamos ou que aconteceu. Sempre que identificamos esta discrepância, na grande maioria das vezes podemos ficar decepcionados, com os outros ou connosco mesmo.
Mas é exatamente essa discrepância que nos permite avançarmos, que nos permite questionarmo-nos, que nos permite olhar a realidade de frente e progredirmos. A decepção é uma forma de frustração, e aprender a lidar com a frustração é uma habilidade necessária para conseguirmos lidar com as nossas emoções de forma funcional.

A DECEPÇÃO COMO PROMOTORA DO DESENVOLVIMENTO

Para promover o crescimento, a decepção precisa ser experimentada, pelo menos num primeiro momento, em pequenas doses controláveis​​. Aprender a gerir de forma “ótima” as decepções e frustrações na infância ajuda-nos a desenvolver a capacidade de lidar com as decepções mais dolorosas que encontramos ao longo de toda a vida. Por outras palavras, experimentar decepções toleráveis ​​quando somos jovens, enquanto os nossos pais estão lá para nos ajudar a lidar com elas, ajuda-nos a construir  “músculos” psicológicos, força emocional e habilidades para lidar com esses sentimentos.
Não pretendo passar a mensagem que os pais devem deliberadamente procurar formas de decepcionar os seus filhos. Nada disso. No entanto, é importante no desenvolvimento das crianças que não aja uma super proteção, devendo considerar-se normais pequenas frustrações e toleráveis algumas insatisfações. Este processo de viver as experiências menos boas sem alarmismos, por exemplo, não ser capaz de encontrar um brinquedo favorito, não ser satisfeito um pedido de doces no supermercado, ter que ficar com uma babá por algumas horas, e até mesmo ter que dividir algo com um irmão, faz parte do importante processo de construção de habilidades de enfrentamento.
decepção

Se você é pai, educador ou professor pense nisso por breves momentos. Pense numa forma de desenvolver força emocional na sua criança ou jovem. Por outro lado, se você já é adulto e sente que tem problemas em lidar com a decepção, muito provavelmente não desenvolveu determinadas habilidades chave quando era mais novo. Por esse motivo não julgue que algo de errado está acontecendo com você. O que necessita é entender os gatilhos que fazem disparar a sua decepção e as crenças que as suportam. Todos nós ao longo da nossa vida vamos construindo um conjunto de conceitos e ideias que nos servem de orientação e pela qual olhamos o mundo. Mas se essas crenças forem demasiado rígidas, podem causar-lhe problemas encaminhando-o para uma frustração recorrente, empurrando-o para uma decepção generalizada com a maioria da pessoas e/ou da visão que possa ter acerca do mundo.
Na vida adulta, muitas são as vezes que as coisas não acontecem de acordo com as nossas expetativas. Muitas são as vezes que as pessoas não agem de acordo com aquilo que esperamos. Por vezes infligem-nos sofrimento, falham connosco, são ingratas e injustas, levando-nos ao sentimento de decepção. Para lidar com este sentimento de forma a não sairmos denegridos, prejudicados e acima de tudo deprimidos, importa sermos flexíveis, importa acionarmos a aceitação da realidade.

ACEITAR A REALIDADE

Uma das chaves para lidar com a decepção dos outros, é perceber e tomar consciência que somos todos humanos, e os seres humanos são, por definição, seres imperfeitos. Todos nós, cada um de nós, decepciona alguém, em algum momento ou outro. Reconhecer este fato da experiência humana pode ajudar-nos a lidar com a dor da desilusão, quando se trata de aprofundar a nossa capacidade de amar e conetarmo-nos com a “imperfeição” dos outros.
Todos temos modelos pelos quais aprendemos a agir no mundo. Essas pessoas transmitem-nos algumas linhas de orientação que nos servem ao longo da vida. São pessoas que admiramos, que idolatramos e que acima de tudo respeitamos. No entanto, essas pessoas de referência também são humanas, cometem erros, deslizes e por vezes injustiças, direta ou indiretamente, acabando por decepcionar-nos. No processo de enfrentar as frustrações (processo de ruptura com o modelo), grandes e pequenas, quer em tenra idade quer na idade adulta permite-nos colocar à prova as nossas habilidade de enfrentamento, e com isso desenvolvermos a capacidade de nos ajustarmos à realidade das situações.
Este processo pode ser complicado, mas aplicando alguns passos você pode conseguir ultrapassar o sofrimento da sua decepção:
  • Fale sobre a sua decepção. Abordar o assunto pode parecer fazer piorar a dor no início. Mas, acredito que ao falar sobre os motivos e acontecimentos que o conduziram até à sua decepção pode ser promotor de esclarecimento e da procura de um atenuante. Conversando com amigos, parentes, ou um profissional pode ajudá-lo a processar os sentimentos e a restabelecer oequilíbrio emocional.
  • Lembre-se que existem sempre várias versões para uma história. Tente obter mais informações antes de tomar qualquer ação ou tomar qualquer decisão sobre como responder a uma situação.
  • Coloque-se no lugar da outra pessoa. Mesmo se você tenha uma opinião diferente, não diga, “Eu nunca faria isso.” Quem sabe, você até poderia fazer se estivesse na mesma posição.
  • Seja gentil com você mesmo. A raiva, que pode ser o seu sentimento primário, muitas vezes é uma reação à dor. Tente reconhecer o quão você se sente magoado e tenta amenizar a sua dor com gentileza e bondade. Esforce-se por não ficar demasiado ressentido ou rancoroso.
  • Converse com a pessoa que foi alvo da sua decepção, se for possível, pode ser útil, mas às vezes pode piorar as coisas. Então, seja claro sobre o que você pretende alcançar com essa possível conversa. Insultar ou atacar  provavelmente não vai ajudar. Procure envolver-se numa discussão realista sobre o que a outra pessoa fez, e o quanto isso tem perturbado você, pode ser útil.

O QUE PODE ACONTECER AO LIDAR DE FORMA DESTRUTIVA COM A DECEPÇÃO?

A decepção não é inerentemente algo mau. A decepção comporta em si um lado duplamente positivo. Uma das razões é porque ela representa a paixão a uma causa, a um valor ou a uma pessoa. A outra razão é que ela impulsiona-nos à resolução e à combatividade perante a frustração experienciada.  Quanto maior a sua decepção, maior o significado da sua paixão e consequentemente maior poderá ser o impulso para a solução. No entanto, nem sempre assim é. Nem sempre a pessoa canaliza essa enorme energia da melhor forma e na melhor direção.
Com estes dois lados positivos da decepção, a emotividade pode tomar conta da pessoa e os disparates serem o porta estandarte da estratégia de enfrentamento. Certamente esta não será uma forma funcional de lidar com a decepção.
Para aprofundar o assunto, leia: O lado positivo do desapontamento e da tristeza
Por exemplo, sempre que você tenta afogar a sua desilusão, negar os seus objetivos e sonhos ou mesmo desistir deles, você está realmente apenas rejeitando quem você é verdadeiramente. Ao subjugar os seus desejos, as suas vontades, os seus objetivos, os seus sonhos, as suas visões, o seu verdadeiro eu, você anula-se. Quando você tenta negar os seus desejos reais, você está apenas consumindo-se. Você pode tentar fingir que está tudo bem e continuar normalmente na sua vida quotidiana, mas você não pode enganar o seu subconsciente. Quando você se separa dos seus valores e daquilo que é significativo para si, a vida começa a ser vivida de forma vazia. Com o tempo, você corre o risco de ir-se afundado num estado de decepção e insatisfação que pode conduzi-lo para um estado de apatia geral. Você começa a viver todos os dias “sem vida”, sem paixão ou entusiasmo. Você passa a sentir-se estéril e vazio. Com alguma naturalidade você podecair em depressão.
A boa notícia é que lidar com a decepção não tem de ser desta forma.  Você não está sozinho na sua desilusão. Todos nós somos susceptíveis à decepção e certamente em algum momento iremos ficar decepcionados. Seja com os amigos, familiares, professores, gestores, colegas de trabalho, enfrentar a decepção é uma realidade da vida. Não é um fenómeno exclusivamente seu. Ainda que na grande maioria das vezes a decepção possa ser disparada por um gatilho do qual você não tem plena consciência, você pode proativamente lidar com isso de uma maneira consciente. Desde que aprenda como lidar corretamente com as suas decepções, você pode levar a vida de forma funcional, em alinhamento com as suas paixões e desejos interiores.
lidar com a decepção

LIDAR DE FORMA CONSTRUTIVA COM A  DECEPÇÃO

Coloque-se num estado mental mais claro sempre que você experimentar a decepção. Num estado de abatimento você é puxado para baixo, para um estado inferior, onde os seus pensamentos são predominantemente enraizadas no medo, tristeza, dor, ou até mesmo apatia. E, usualmente tudo este processo ocorre de forma subconsciente. Pode haver momentos em que o sentimento de decepção é tão avassalador que parece o fim do mundo.  A tristeza instala-se, com isso você aciona uma ponte para o seu passado, relembrando-se de mais acontecimentos de tristeza que comprovam a sua decepção. O ciclo de negatividade cresce de forma automática, dado que a tristeza alimenta a tristeza. Os seus níveis de energia diminuem podendo levar à resignação e à letargia.
Ficar preso num tal estado que o impede de pensar logicamente e com clareza, é desvantajoso. Ao lidar com a decepção, o seu primeiro foco deve ser tentar trazer a sua consciência para um nível mais neutro ou positivo, tentando colocar-se num estado de maior capacidade para reagir à sua situação.
Procure atividades positivas, onde possa energizar-se a si mesmo. Que atividades você mais gosta de fazer na sua vida? Identifique-as. Pode-se escrever isso numa folha de papel, jogar, andar no parque, assistir a um filme de comédia ou conversar com amigos divertidos. Se você acha que ler o seu livro favorito puxa por você, em seguida, pegue no livro e comece a lê-lo. Se dar um passeio à beira-mar ou à volta da sua casa torna-o mais descontraído, em seguida, saia de casa e desfrute da brisa lá fora. Se jogar pode fazê-lo sentir-se melhor, vá em frente e jogue. Faça tudo o que possa fazê-lo sentir-se melhor. Às vezes, simplesmente passar algum tempo sozinho pode ser a melhor maneira para você arrumar as suas ideias e recuperar a energia perdida.
Talvez todas estas recomendações possam parecer-lhe banais, coisas normais, coisas que você até já sabe que são úteis. No entanto digo-lhe que são muitos eficazes. Na grande maioria das vezes as coisas mais simples são as que funcionam, mas são igualmente aquelas às quais somos mais resistentes. Isto acontece porque julgamos precisar de um “milagre” para nos sentirmos melhor. E, também porque se você não sente vontade nenhuma para fazer algumas das coisas sugeridas, porque razão se vai propor a isso? Porque num estado de decepção, é benéfico que você seja proativo no restabelecimento do seu humor e do seu equilíbrio emocional. Certamente concorda? Acredito que sim. Então é lógico fazer coisas para voltar a sentir-se bem, certo? Volto a acreditar que concorda comigo. Perante este raciocínio, reforço a ideia de que uma das melhores formas para lidar com o seu estado de decepção é fazendo coisas para voltar a sentir-se bem.
Acredito que aliado às estratégias referidas anteriormente para resolver a situação prática com a pessoa que foi alvo da sua frustração, uma combinação de atividades, incluindo o tempo sozinho, conversar com bons amigos, assistir aos seus programas favoritos e jogar os os seus esportes favoritos ajudam a recuperar-se para um estado de capacidade.

LIGUE-SE AO SEUS VALORES, DESEJOS, INTERESSES E NÃO AOS RESULTADOS

Quando você está desapontado, a sua fonte de decepção pode estar enraizada no seu apego excessivo a um determinado resultado. Quando um resultado não se manifesta do jeito que você imaginou, você fica decepcionado. Esta é uma resposta perfeitamente natural. No entanto, entenda que as suas expectativas no resultado, ou objetivos, são um reflexo ou projeção externa de um desejo subjacente que você tem. As expetativas podem ou não ser projeções precisas, porque são interpretações meramente subjetivas do que você pensa que é necessário para viver de acordo com o seu desejo subjacente.
Por exemplo, digamos que você foi a uma entrevista na empresa “A”. A Empresa “A” oferece um pacote de benefícios grande, você já ouviu elogios sobre o local. Você pretende fazer uma carreira na empresa “A”. No entanto, você é preterido por outro candidato a quem consideraram como tendo um melhor perfil para o cargo.  A empresa passa a ter uma política de apenas aceitar um candidato uma vez a cada dois anos. Não há nenhuma maneira de você tentar de novo nos próximos dois anos. O que você deve fazer a partir daqui?
O segundo passo para lidar com a decepção exige que você olhe para os seus desejos e objetivos e não propriamente para o seu resultado obtido. Comece por reconhecer que um emprego na empresa “A” é apenas uma projeção dos seus desejos internos. O seu desejo interior pode ser o de obter uma carreira desafiante e ter um emprego num ambiente de trabalho dinâmico. Se tentou e não conseguiu um bom resultado, há muitas maneiras para alcançar o seu desejo, como trabalhar na Empresa G, Empresa X, ou mesmo a criação do seu próprio negócio. Trabalhar na empresa “A” era apenas uma das muitas maneiras de você poder conseguir isso.
Neste exemplo, era importante não personalizar a decepção. Ou seja, era importante não ficar decepcionado consigo mesmo, nem atribuir descrédito às suas capacidades ou habilidades. Nestas situações, tal como referido anteriormente é importante encarar a realidade dos fatos, e não entrar num ciclo de negatividade. É importante perceber a razão do abatimento e da frustração, mas depois, com clareza tentar perceber que na base da desilusão está algo bom: os seus desejos. E esses desejos podem continuar a alimentar as suas ações no sentido de chegar onde pretende. A decepção só é prejudicial quando você a usa para o travar, para o imobilizar na sua frustração e impedir que continue em frente.
angústia

LIBERTE-SE DA SUA ILUSÃO MENTAL

É importante trabalhar a sua capacidade de adaptação às circunstâncias da vida e à mudança, desenvolvendo a sua flexibilidade de pensamento.  Muitas pessoas permanecem num estado desapontado porque ficam enraizadas nas suas expectativas acerca de como a realidade deve ser. Se você está decepcionado com alguma coisa, muito provavelmente pode estar a alimentar certas percepções sobre como as coisas deveriam ser. Estas percepções não são a realidade, elas são invenções criadas por si na sua mente, não propriamente falsas, mas elaboradas nas suas crenças e formas de olhar o mundo. Nem verdadeiras, nem falsas. Mas se estão contribuindo para a sua decepção, merecem ser revistas, merecem um outro olhar.
Estas ilusões mentais são desencorajadoras porque mantêm-no preso num estado negativo. Algumas dessas ilusões são alimentadas por distorções do pensamento, impedindo-o  de progredir na direção para onde você pretende ir. Lidar de forma assertiva com o desapontamento requer que você fique ciente das suas ilusões mentais.
Quando você está desapontado, pergunte a si mesmo: “o que é que me está a fazer ficar preso neste sentimento? A que falsas percepções é que eu estou a agarrar-me ? Que ideias fixas da realidade eu estou a levar em consideração?
Procure essas ilusões, uma por uma. Pergunte-se como e quando você passou a ter essas ilusões. Consciencialize-se delas e liberte-se delas. Estas ilusões são o que lhe dá uma visão errada da realidade. Elas estão impedindo que você aja construtivamente sobre a sua situação ou viva a sua vida da maneira que pretende.

ENTENDA QUE OS RESULTADOS INDESEJADOS PODEM NÃO SER RETROCESSOS

No artigo, o lado positivo do desapontamento e tristeza, expliquei que uma das razões pelas quais as decepções podem ser positivas é porque representam uma oportunidade de crescimento. Muitas pessoas decepcionam-se com algumas situações ou resultados, porque vêem isso como uma derrota ou um fracasso comparativamente ao que querem atingir. Sentem-se como se tivessem dado um passo para trás relativamente às suas expetativas.
Por exemplo, digamos que você investiu muito do seu tempo na preparação para os exames. Você tinha a crença de que essas ações, juntamente com o que você sabia (a sua realidade), resultaria num resultado positivo. No entanto, em vez de atingir esse resultado, você ficou aquém das suas expectativas.
Provavelmente perante uma situação como a descrita anteriormente você ficaria desapontado, essa experiência é realmente exemplificativa que existia um equívoco no seu pensamento. A apreciação inicial levou-o a concluir que o que fez e sabia era suficiente para alcançar o resultado pretendido, que na verdade não foi. Em vez disso, você pode precisar de aumentar os seus recursos ou mudar a sua abordagem para alcançar os resultados desejados. A sua decepção tem realmente como finalidade  ajudá-lo a mover-se em direção aos seus objetivos, e não conduzi-lo para longe como se pensava inicialmente.
Neste exemplo, e sendo abordado de forma construtiva, iria servir para a obtenção de novas lições, seja sobre si mesmo, a situação ou mesmo do mundo. Você ganhou alguma coisa que ninguém mais poderia fornecer-lhe. Como pode um resultado negativo ser um revés se lhe deu algo novo para aprender? Você chega a um novo nível de consciência e crescimento que nunca teve antes. A decepção serviu-lhe, promoveu-lhe novos entendimentos e formas mais funcionais para obter o que desejava

AVANCE: FOQUE-SE EM FAZER O MELHOR QUE PUDER

Lidar com a decepção não é definitivamente uma tarefa fácil, mas se você trabalhar focado nas etapas mencionadas acima, acabará por ajudar a retirá-lo do estado vazio e confuso que provavelmente se encontra. Ainda que alguns dos seus objetivos do passado possam ter culminado em decepção, isso pertence ao passado. Você agora tem a possibilidade de lidar com as frustrações de uma forma mais funcional e vantajosa para si. Mantenha-se focado nos seus desejos e nos seus sonhos de vida. Não olhe os resultados como fracassos usando a decepção como uma paralisia da ação. Com os seus desejos em mente, continue em frente.  Tal como como transmiti no artigo: Flexibilize-se, adapte-se e tire vantagem da mudança. No entanto, tome nota para não prender-se ao fracasso ou falha de alguns dos seus objetivos. Quando você faz isso, começa a cair na armadilha de associar a sua própria pessoa aos objetivos menos conseguidos. Isso não é sustentável, porque esses objetivos são apenas resultados externos, que são impermanentes. Você é muito mais que os seus resultado ou decepções. Você é aquele que pode aprender e crescer com isso.
“A vida não é apenas sobre como alcançar as metas, é sobre vivê-las ao máximo.”
Em cada situação que sabe poder conduzi-lo ao seu objetivo, escolha as ações que lhe permite viver em alinhamento com os seus desejos mais íntimos, de acordo com as suas habilidades, dentro dos seus contextos situacionais. À medida que você for fazendo isso, não há razão pela qual  possa sentir-se para baixo, porque tem feito tudo aquilo que pode fazer. Eu escrevi sobre este assunto no artigo: O poder da ação, fazer o que é necessário ser feito.
Quando você começar a fazer isso, vai perceber que é capaz de viver conscientemente e livremente em vez de sujeitar-se aos resultados. Você é capaz de canalizar construtivamente a paixão dos seus desejos mais íntimos para viver o tipo de vida que você quer.
Abraço
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