Todos os bons pais desejam que os filhos sejam “bons”, que não sejam arrastados pelo aluvião de desordem, desorientação e vícios que parecem sequestrar boa parte da nossa juventude.
Não vou falar aqui da educação dos filhos. Vou alertar apenas para não confundirem filhos com anjinhos ou com couves. Sim, isso mesmo.
─ “Anjinhos” não são. Todos nascemos com «uma gota do veneno da serpente do Paraíso», como dizia Ratzinger, ou seja, com as tendências e os puxões dos sete vícios capitais: orgulho, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça. Não empenhar-se em educar a sério as virtudes dos filhos – dentro de um clima de dedicação amiga, de exigência e de liberdade acompanhada – equivale a deixá-los prisioneiros dos sete tentáculos desse polvo dos vícios capitais.
– Também não confunda filhos com “couves”, que podem crescer sozinhas em qualquer terreno. Não vão se formar por si mesmos, nem basta o melhor colégio, se os pais não assumem “pessoalmente” a tarefa de educá-los (além de garantir-lhes escola que não os deforme). Concretamente, assumam:
- A tarefa de formar-lhes o caráter, de formá-los nas virtudes humanas (fortaleza, justiça, temperança, desprendimento, respeito, compreensão, espírito de doação e serviço…).
- A tarefa de formá-los na caridade, na vitória sobre o egoísmo grande ou pequeno. Isso é importante! Façam tudo para que abram o coração às necessidades do próximo – começando pelos irmãos, se tiverem –e não fiquem fechados em si mesmos.
- Especialmente, ponham empenho em formá-los na fé, nos valores morais perenes do Cristianismo e na prática cristã. Leiam junto, rezem junto, expliquem-lhes a doutrina da fé e da moral cristã.
Adaptação de um trecho do livro A arte de decidir bem: a virtude da prudência
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